Comunidade Livre de Pasárgada
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Após muito aguardar eis que eu via em minhas mãos uma carta, convidando-me a fazer parte da Casa dos Magisters. O convite tão esperado que nunca chegava me fez pensar que talvez eu não fosse apta a tornar-me membro da Casa. A espera que tanto me angustiava foi motivação para seguir viagem pelo mundo em busca de novas aventuras.
Tudo aconteceu de modo muito interessante...fui tomada por uma sensação de grande expectativa quando, ao retornar de longa viagem, percebo ao abrir a porta um envelope diferente no meio de tantas correspondências. O papel levemente envelhecido se destacava entre os demais, mas principalmente pelo brasão que selava o envelope, oriundo de Cenit!

Enquanto lia o convite, meu coração pulsava tão acelerado que quase engasguei ao notar que a iniciação começava justamente naquela noite!!!!! Eu sequer havia almoçado e já eram 15:26h quando comecei a jogar meia dúzia de roupas limpas na mala e pus-me em direção à Praça Cnossos. Lá eu deveria pegar a condução para Cenit, na estrada principal; o tempo era escasso e eu ficava mais nervosa a cada segundo perdido.

A viagem mostrou-se mais longe do que o normal; problemas com a carruagem me fizeram esperar horas a fio por ajuda. A ansiedade exauriu-me a tal ponto que cedi aos encantos de Morpheu e, acarinhada pela leve brisa do anoitecer, adormeci. Quando abri os olhos percebi que já estávamos a caminho do castelo, mas imediatamente cerrei os olhos novamente. Por mais duas ou três vezes abri e fechei os olhos no afã de já ter chegado ao meu destino.

Repentinamente me vi numa sala escura rodeada de criaturas esplêndidas. Eu flutuava por toda a sala acompanhada de pequeninos seres luminosos muito graciosos. Havia um imenso pergaminho, não muito nítido, que permanecia no meio do recinto.Havia nele um registro muito peculiar, de uma língua estranha, com símbolos que me pareceram desconhecidos a princípio, mas que aos poucos tornaram-se mais claros, mesclando-se e como um prisma meus olhos dividiram os símbolos em luzes coloridas que saíam do papel. Eu ouvia uma voz masculina. Enquanto decifrava o enigma, percebi que essa voz dizia exatamente o que eu estava lendo.
"Pedra filosofal está guardada na antiga fortaleza ..."

E antes que eu pudesse descobrir o final da frase...
Em Cenit:
- Seja bem-vinda, mademoiselle; disse o guarda na entrada principal do castelo, estendendo sua mão para que eu pudesse descer da carruagem.
- Que horas são??? que horas?? eu perguntava, ainda acordando, mas toda esbaforida e com olhos arregalados.
- São exatamente 4:12 da madrugada. poderia me acompanhar, por gentileza? Não se preocupe com sua bagagem, ela irá direto aos seus aposentos. O Magister Mor está à sua espera. Pensávamos que não a veríamos tão cedo por estes lados.
Eu estava tão confusa que apenas consenti com a cabeça e o segui. Aquelas imagens no sonho, aquela voz, tudo passava pela minha mente tão rápido, mas foi tão rapidamente posto em segundo plano, diante de tão magnífico Castelo. Seus interiores, sua riqueza de detalhes mantiveram a minha atenção durante todo o percurso.
Chegando ao salão principal, com todos aqueles livros e os demais iniciados tive a ligeira impressão de que já havia estado naquele lugar. Fui juntar-me aos demais e tomei em mãos o pergaminho.
"-(...) dos guerreiros mortos", disse alguém em voz baixa.
-É isso!!! , pensei. (Plackt!!)

Ao virar a cabeça em direção àquela voz deparei-me com um móvel antigo. Ou melhor, minha testa o fez. Fiquei um pouco tonta e caí. Com um olho meio aberto e outro meio fechado pude perceber que me levavam, provavelmente, ao meu aposento.
Eu não mais sabia se estava acordada ou sonhando. Em pouco tempo o sol levantaria e tudo o que eu precisava naquele instante era de um bom descanso e de bastante gelo na testa. (ai, ui).


Continua em IV - Em Meio a Alucinógenos e Alucinações, por Anderson Paiva.

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